sábado, 10 de dezembro de 2011

Caminhada e cachoeira

Depois do treino de capoeira e do delicioso café da manha, fomos nos preparar para a caminhada de reconhecimento da região, até a cachoeira, onde poderíamos tomar um banho (gelado). Depois, voltar para almoçar e, na parte da tarde, plantar as mudas e sementes na mandala e continuar a plantação junto ao milho.
Saímos do sítio todos juntos, seguindo o Adriano, que ia parando no caminho para nos mostrar as plantas do cerrado, falando sobre suas funções e características.

Fomos observando, tocando, cheirando cada planta. Vimos uma parente da arnica, o alecrim dourado e muitas outras.
Quem sabe identificar essas plantas e anotou mais informações por favor compartilhe!








Vimos que um vizinho plantou pinheiros em sua área e que ele foi se espalhando e “tomando conta” da área – é uma árvore “invasora” (é isso mesmo, gente?), que toma o lugar e os nutrientes das espécies locais. – Daí o cuidado de saber o que estamos plantando e de fazer esse intercâmbio de espécies de um local para o outro sem o cuidado com as conseqüências para o ambiente. Brincamos dizendo da falta de necessidade de tantas árvores de natal!
Vimos a riqueza e beleza do cerrado. E a importância de cuidar dele, pois muitas espécies são raras e vivem somente nessa região!
Chegamos até uma pequena cachoeira, com um pocinho. Estava ainda caindo aquela chuva fina, o tempo frio. Mas como “quem está na chuva é pra se molhar”, a maioria do pessoal tomou coragem e caiu na água! A primeira foi a Sabrina, bastante determinada. Muito gostoso limpar a alma nas águas de Mãe Oxum, com direito a hidromassagem natural da água da cachoeira caindo no corpo!

CONVERSANDO SOBRE A REGIÃO – SERRA DO GANDARELA
De volta à casa, Bel e Adriana falaram sobre a importância desse lugar,  aproveitando a caminhada. Bel falou que esse serrado é especial. Adriano, que mora na região, disse que há uma biodiversidade grande ali, mesclado entre Mata Atlântica e Serrado. Bel e Adriano explicaram que a região do Tangará é vizinha da Serra do Gandarela.
A região já foi muito estudada, primeiro pelas mineiradoras, que já sabiam da importância desse lugar. Bel explicou que a região é muito desejada pelas mineiradoras e também por nós. É um “pequeno Oasis” no quadrilátero ferrífero e muitas áreas estão na falência pela ação das mineiradoras, como cidades históricas que foram degredadas. Essa região está preservada. É chamada região de recarga, pois possui um lençol freático imenso, com muitas nascentes, abundância de água. Por isso não deveria deixar ser desmatada pelas mineiradoras. Está se acabando a vegetação sobre canga (variedade de minério de ferro). É um dos poucos lugares com esse tipo de geologia, sendo que vários tipos de plantas e animais são específicos desse ecosistema. Muitas plantas, inclusive medicinais, ainda não catalogadas.
A Serra do Gandarela, que fica no entorno, está em processo para se tornar Parque Nacional, por iniciativa dos moradores locais , com apoio do Projeto Manuelzão (UFMG), que enviou um projeto de criação do Parque para o Instituto Chico Mendes, com o nome “Parque Nacional Águas do Gandarela”. Existe uma “briga” desses que estão lutando pela preservação de total da região e as mineiradoras, que estão tentando barganhar com o governo, o Ibama, entre outros, para fazer passar algumas concessões, com áreas em que possam ainda explorar. Bel defende a mobilização da sociedade, com a mídia, para fazer pressão política popular.
Perguntamos o significado do nome Gandarela e Adriano explicou que, ironicamente, este era o nome do mineirador Italiano que primeiro veio explorar a região.
Eles contaram que é possível fazer uma caminhada do Tangará até o Caraça, por cima das montanhas.
Carol falou sobre a Lei aprovada pelo Senado, a favor do agro-negócio, que diminui as áreas de preservação e assim fomos discutindo e refletindo sobre o assunto.
Ao final, Ananda anuncia a exposição e venda de produtos fitoterápicos, naturais, como óleos, sabonetes, essências, etc. 

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