sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Abrindo a Roda de Angola

A primeira roda de Capoeira Angola do evento foi acontecer no galinheiro! Claro, que ele estava vazio e limpo. Mas não deixava de ser um galinheiro, bem perto de onde estava sendo construída a mandala, ao lado do lago dos peixes, com visão para o céu e as árvores pelas telas.

Enquanto preparávamos os instrumentos para a roda, o sol resolveu dar o ar da graça! O tempo ficara nublado e chuvoso o dia todo. E naquele momento, parece que o Sol escutou o toque do berimbau e saiu para nos ver! Que felicidade em vê-lo ali, tão lindo e alaranjado, colorindo o céu! Pena que essa roda não estava sendo num local onde dava para vê-lo melhor... Mas mesmo assim deu para sentir sua energia.

Foto: Isabel
 Os mestres nos instrumentos, mestre Cobra Mansa pronto para jogar, a roda inicia com uma ladainha cantada por mestre Jurandir. De angoleiros e angoleiras não haviam muitos. Além dos (cinco!) mestres, estavam eu, Sabrina, Ugo, Tábata (da FICA), Luciano. Os outros treinavam outros estilos de capoeira. Assim que a roda começou, chegaram outros angoleiros de BH: Débora, Carol e Momo (alemão que mora em BH). A roda não estava grande, mas a energia era enorme.
Foi uma honra pra mim quando o mestre Peixe me chamou para jogar – é sempre uma honra jogar com um mestre. Tentei desenrolar os movimentos, no desafio do jogo com quem já está há tanto tempo na estrada... Depois, fui tocar o berimbau médio, ao lado do mestre Jurandir (gunga) e da Carol, na viola. Mestre Jurandir parou o ritmo dizendo que não estava legal, que algum berimbau estava fora. Ele não quis dizer quem era. A Carol passou a viola e eu fiquei. Pedi licença para arrumar a cabaça, trocando o lado do nó do cordão que a segura. E ele disse: “Ah, então o problema é o cordão da cabaça! Você foi pra Bahia e desaprendeu a tocar, foi?” Percebi que era de mim mesmo que ele estava reclamando. E ele completou: “O mestre tem que cobrar mesmo!”. Segui tocando e graças a Oxalá ele não reclamou mais! Situação de teste de fogo, na roda de capoeira!
A roda seguiu com axé, cada hora um teve a sua chance de vadiar, muitos mais de uma vez. Tive a oportunidade de jogar novamente, agora com minha amiga Ugo. Viemos treinando juntas em Salvador. O jogo estava animado. Rasteira de cá, armada de lá. Jogo solto e pegado. Uma hora, soltei uma armada e ela veio com outra armada, em contra-golpe, e pegou em cheio no meu olho. Assustei. A pancada foi forte. Parei o jogo e saímos as duas da roda, para ver o que tinha acontecido. Lavei o rosto e coloquei gelo. Não estava tão mal assim. As meninas perto de mim, cuidando. Até uma aplicação de Reiki eu recebi de uma “santa” mulher que lá estava, cuidando da deliciosa comida do evento. Passado o susto, ficou tudo bem.

Foto: Isabel

Foto: Isabel

À noite, assistimos a dois filmes: “História das coisas” e “Mandinga em Colômbia”, este último feito por uma equipe composta por Mestre Cobra Mansa, Xeno, o cineasta e diretor que estava também filmando o Permangola, entre outros. Eles fizeram comentários ao final, contando histórias sobre suas viagens.
Depois, uma pequena turma, mais animada, ficou ainda na varanda tocando e cantando. Eu peguei o violão e tinha o acompanhamento de uma boa percussão, com triângulo, pandeiro, djambê. Seria quase um ensaio para a noite seguinte.

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